Chamada de trabalhos para o VI Encontro Internacional de Experiências de Planejamento em Contexto de Conflito Social

Está aberta, até o dia 09 de junho, a chamada de trabalhos para o VI Encontro Internacional de Experiências de Planejamento Urbano em Contexto de Conflito Social, que ocorrerá entre os dias 07 e 09 de agosto de 2025, no Rio de Janeiro. O evento reúne acadêmicos, assessorias técnicas, movimentos sociais, organizações comunitárias e lideranças populares de diversos territórios e países, sendo reconhecido como espaço fundamental de troca e reflexão sobre práticas urbanas comprometidas com o direito à cidade.

Realizado a cada dois anos, o Encontro parte da premissa de que as lutas cotidianas nos territórios populares são chave para a construção de cidades mais justas. A sexta edição será dedicada a aprofundar os desafios teóricos e práticos do planejamento urbano e do assessoramento técnico em contextos de conflito social, promovendo o diálogo entre experiências brasileiras e internacionais.

Professores e pesquisadores do LabHab/FAU-USP integram a rede organizadora do evento, com destaque para a participação de Karina Leitão, Caio Santo Amore e Giselle Tanaka, também membros do INCT Produção da Casa e da Cidade.

“O seminário é periodicamente realizado por esta rede de pesquisa que se reúne em encontros nacionais e internacionais. Nesta edição, em especial, teremos a participação de pesquisadores de várias regiões do país, selecionados para apresentar experiências de planejamento em situação de conflito. Convidados internacionais envolvidos com o tema também estão presentes, sendo referências intelectuais para o campo da ação na luta pelo direito de populações em territórios populares”, destaca Karina Leitão.

Segundo a pesquisadora, os trabalhos submetidos alimentarão uma pesquisa em curso da rede organizadora, voltada à análise do panorama de experiências de assessoramento territorial popular no campo acadêmico, por meio da extensão universitária, e no campo profissional.

Chamada de trabalhos

Os interessados podem submeter textos de até 2.000 palavras, que poderão ser selecionados para apresentação oral, em formato de pôster ou vídeo. As sessões do evento serão organizadas para promover o intercâmbio entre as experiências apresentadas. O envio deve ser feito via formulário disponível na página do evento.

Os trabalhos devem estar relacionados com uma ou mais questões dos eixos temáticos do evento:

Eixo 1: PLANEJAMENTO TERRITORIAL E CONFLITOS SOCIAIS

  • Com base em experiências de planejamento em contexto de conflito ou de autogestão territorial, quais contribuições para a teoria e/ou a prática do planejamento conflitual/insurgente poderiam ser destacadas?
  • Em que medida, em que formatos, processos de planejamento em contexto de conflito têm sido capazes, ou seriam capazes, de ser articulados com lutas relacionadas ao trabalho, gênero, raça?
  • ​Quais sujeitos coletivos, capazes de resgatar a cidade como arena política, emergem na experiência relatada?​​
  • Como a multiplicidade de tempos pode impactar na forma e nos métodos do planejamento, nas lutas e nas políticas públicas?

Eixo 2: CARTOGRAFIAS EM CONFLITOS

  • Qual a relação entre os contextos de conflito e os repertórios cartográficos (produtos e processos) e imaginações espaciais? Quem mapeia quem? Mapas podem ser ferramentas / instrumentos de lutas?
  • Como os usos de cartografias insurgentes e sociais alteram a comunicação nos processos de luta e nas relações com o Estado? Quais possibilidades, desafios e tensões emergem das técnicas e recursos adotados?​​

Eixo 3: ASSESSORIA POPULAR E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

  • Quais os principais desafios a serem enfrentados na relação entre assessoria e moradora/es, comunidades e movimentos nos processos de planejamento popular?
  • As assessorias são necessárias? Por quê? Que papel cumprem nas lutas e mobilizações? Quais suas possibilidades e limites?
  • No contexto da curricularização da extensão e da precarização das universidades públicas, como promover uma educação engajada na construção de uma assessoria técnica com compromisso sociopolítico?​​​​

Eixo 4: TERRITORIALIZADADES, CONFLITOS E ASSESSORIA

  • Quais os principais desafios do planejamento popular quando os conflitos abordados se referem a arranjos sociais em territórios urbanos e rurais habitados, por exemplo, por povos originários, comunidades tradicionais, quilombolas, entre outros?
  • Que temas estão entre aqueles pouco endereçados pelas técnicas de assessoramento acadêmico ou profissional de cunho territorial?
  • As lutas em outras territorialidades ensejam que tipo de abordagens territoriais? Como elas demandam interssecções disciplinares? Que produtos emergem dessas práticas de planejamento?
  • Quais seriam as especificidades assumidas pela dinâmica dos conflitos quando esses envolvem territorialidades indígenas, quilombolas ou tradicionais ameaçadas por iniciativas de governos e/ou empresas?

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