Como se considera o meio ambiente urbano na periferia do capitalismo? Essa e outras questões motivaram pesquisadores do LabHab a desenvolverem, entre 2020 e 2021, um projeto de extensão universitária que resultou no livro “Desenvolvimento Urbano Sustentável: produção e qualificação do ambiente construído no Brasil”. A partir da extensão universitária, a obra reúne reflexões sobre a produção e qualificação do ambiente construído no país, buscando abarcar a complexidade do debate em torno e sobre a ideia de sustentabilidade no desenvolvimento urbano, sobretudo face ao tema da produção habitacional de interesse social.
Com organização de Estevam Otero, Luciana Royer, Maria Lucia Refinetti Martins e Giusepe Filocomo, o livro apresenta 10 capítulos, escritos em grande parte pelas pessoas envolvidas com o projeto de extensão “Metodologia de Avaliação de Empreendimentos Habitacionais e Elaboração de Ferramentas Visando à Ampliação de Investimentos em Eficiência Energética”, voltado para o desenvolvimento de metodologia de qualificação de empreendimentos habitacionais, com vistas a subsidiar a formulação de programa habitacional de requalificação edilícia com foco no atendimento das necessidades da população de baixa renda e em melhorias na eficiência energética das unidades habitacionais.
O primeiro capítulo envolve a discussão acerca da conceituação do meio ambiente e do ambiente construído como elementos inter-relacionados, adotando como balizas para a sustentabilidade as ideias de justiça social e justiça espacial. No capítulo 2 é discutido o papel do Estado na implementação das políticas urbanas e habitacionais no país e no enfrentamento de nossos passivos socioambientais. A reflexão sobre o desenvolvimento urbano e regional a partir da dimensão regional e urbana, sobretudo as suas escalas, é objeto do capítulo 3. A importância dos biomas e zonas climáticas, num país de dimensões continentais, para a definição de soluções de construção civil adequadas, diversas e centradas no usuário norteia as reflexões apresentadas no capítulo 4. O capítulo 5 versa sobre a relação entre renda familiar e custos do morar, para além daqueles implicados na aquisição de uma unidade habitacional. A relevância do trabalho social para a formulação, implementação e manutenção de qualquer melhoria na produção e qualificação do ambiente construído é objeto do capítulo 6. A dimensão produtiva e temporal a partir da avaliação do ciclo de vida das edificações é desenvolvida no capítulo 7. Ao longo do capítulo 8, são analisados os arranjos institucionais e a retroalimentação nas políticas habitacionais, pertinentes ao entendimento do parque habitacional construído e suas possibilidades de avaliação. No capítulo 9 são apresentadas propostas preliminares, voltadas à qualificação do ambiente construído oriundo da política habitacional por meio de um programa finalístico. Por sua vez, no capítulo 10 é desenvolvida reflexão acerca de indicadores quantitativos para avaliar a inserção urbana em escala nacional.
A obra está disponível em nossa Biblioteca! Acesse: www.labhab.fau.usp.br/biblioteca
