João Sette Whitaker Ferreira
Arquiteto/urbanista e Economista, Mestre em Ciência Política, Doutor em Urbanismo, Professor-Doutor de Planejamento Urbano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e pesquisador do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da FAUUSP (LabHab).
Quem mora nas redondezas do bairro da Vila Nova Conceição, em São Paulo, pode ter uma boa idéia do ponto a que chegaram a concentração de renda e o apartheid social neste país. Os prédios, é claro, impressionam. Dizem que alguns, lares de atores e famosos, com vista para oe famosos, com vista para o Parque do Ibirapuera, chegam a custar milhões. De dólares, é claro. Mas o que incomoda não é exatamente o visual desses fantásticos prédios. O que nos faz sentir estranhos é o incessante balé dos carrões e das peruas em suas importantíssimas atividades cotidianas.
Há os restaurantes descolados. Segundo dizem, alguns dos mais caros de São Paulo. Uma quarta ao meio-dia tem a aparência de um domingo ensolarado. Em frente às mesinhas colocadas na calçada, jovens de boa aparência estacionam motonas importadas, e observam as garotas chegando a bordo de seus jipes e Mercedes. Não convém passar na calçada, menos ainda de bicicleta, calção e camiseta. Os olhares desaprovadores são imediatos. Como pode alguém imiscuir-se assim sem menos?
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