UMA PONTE PARA A ESPECULAÇÃO – ou a arte da renda na montagem de uma “cidade global”

Mariana Fix
Professora na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Professora no Instituto de Economia da Unicamp (IE) de 2012 a 2020; atualmente credenciada no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Econômico do IE. LABHAB – marianafix@usp.br

Texto enviado para o Caderno CRH, Salvador, v.22, n.55, pp.41-64, jan/abril 2009.

Este artigo analisa conflitos e articulações por trás da transformação de uma antiga área alagadiça, as várzeas do rio Pinheiros, em uma das regiões mais valorizadas de São Paulo e, atualmente, sua fachada globalizada. O texto discute, particularmente, os nexos que se constituem, nas últimas décadas, entre a financeirização global da economia e os arranjos específicos que se configuram em São Paulo; entre mecanismos supostamente avançados – como operações urbanas, Cepacs e fundos de investimento imobiliário – e formas típicas de acumulação primitiva, nas quais força, fraude, opressão e pilhagem são exibidas de modo recorrente; entre “a cidade própria” das elites e a cidade dita clandestina, que ocupa beiras de córrego, encostas de morros, margens de represas. Tomo como referência três ícones dessa paisagem urbana: uma ponte estaiada, imagem-síntese da cenografia da “nova cidade”; um gigantesco empreendimento murado, que mescla residência, comércio de luxo e escritórios; e um complexo empresarial com torres de escritório e hotel, interligados por um shopping subterrâneo.

 

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