Mariana Fix
Arquiteta e urbanista. Doutoranda no Instituto de Economia da Unicamp. Mestre em sociologia no Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP. Professora do curso de Design das Faculdades Campinas (Facamp) e integrante do Laboratório de Habitação e Urbanismo da FAUUSP
Este artigo analisa conflitos e articulações por trás da transformação de uma antiga área alagadiça, as várzeas do rio Pinheiros, em uma das regiões mais valorizadas de São Paulo e, atualmente, sua fachada globalizada. O texto discute, particularmente, os nexos que se constituem, nas últimas décadas, entre a financeirização global da economia e os arranjos específicos que se configuram em São Paulo; entre mecanismos supostamente avançados – como operações urbanas, Cepacs e fundos de investimento imobiliário – e formas típicas de acumulação primitiva, nas quais força, fraude, opressão e pilhagem são exibidas de modo recorrente; entre “a cidade própria” das elites e a cidade dita clandestina, que ocupa beiras de córrego, encostas de morros, margens de represas. Tomo como referência três ícones dessa paisagem urbana: uma ponte estaiada, imagem-síntese da cenografia da “nova cidade”; um gigantesco emprendimento murado, que mescla residência, comércio de luxo e escritórios; e um complexo empresarial com torres de escritório e hotel, interligados por um shopping subterrâneo.
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