Notas sobre a Sala São Paulo e a nova fronteira urbana da cultura

Guilherme Wisnik
arquiteto (FAU-USP) e mestrando em história na FFLCH-USP

Mariana Fix
arquiteta (FAU-USP), mestranda em sociologia na FFLCH-USP

José Guilherme Pereira Leite 
cientista social (FFLCH-USP)

Julia Pinheiro Andrade
geógrafa (FFLCH-USP)

Pedro Arantes
arquiteto (FAU-USP)

A antiga estação de trens Júlio Prestes, concebida para ser a porta de entrada da cidade do café, foi inaugurada apenas em 1938, depois da crise de 1929, e permaneceu esquecida por longo tempo. Somente agora, quando é convertida em uma moderna sala de concertos, a estação parece viver seu apogeu. Sede da nova Orquestra do Estado, modernizada pelo maestro Neschling, a Sala São Paulo é atualmente o maior símbolo das novas intervenções em cultura na cidade. Rodeada por uma zona urbana degradada, a chamada “cracolândia”, a Sala São Paulo nasce como aparente sinal de civilização em meio à barbárie e pretende transformar todo seu entorno. Mais que isso, a Sala é anunciada como o ponto de inflexão de uma “grande virada” na área central: desencadeando, juntamente com outros investimentos culturais, um “efeito dominó” de revalorização e retomada dos negócios imobiliários. As relações entre Estado e setor privado, entre alta cultura e mercado imobiliário, a disputa territorial que se configura com a tentativa de retomada do Centro pelas elites e seu suposto projeto civilizatório permeiam a história da Sala São Paulo e são investigadas neste artigo.

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